quarta-feira, 20 de julho de 2011

UNE, bem longe do açougue.

Me surpreendo da disposição de alguns a desconstruir movimentos sociais. Ao esforço em que se encarregam alguns de jogar contra as entidades representativas, ao pé de que desejam usá-las como instrumentos de oposição. Aos que ainda não sabem, entidades como a UNE são muito mais que isso, se propõem a representar. A União Nacional dos Estudantes não assumirá nem o lado do governo, nem o da oposição. Não arredará pé de onde está, do lado dos estudantes.
Este texto que virá a seguir é em resposta a uma coluna que me entristeci em ver no Diário de Pernambuco de ontem, contendo o texto "A UNE no açougue", de Sebastião Nery. http://migre.me/5j6iA


UNE, BEM LONGE DO AÇOUGUE


A UNE sempre foi e continua sendo a grande Universidade livre brasileira. É fácil encontrar, nessa nossa mídia tão diversificada, saudações à União Nacional dos Estudantes e sua história. Tantas foram suas lutas em defesa do povo brasileiro, desde o apoio contra o nazi-facismo até os históricos “cara-pintadas”. Isso tudo passando pela campanha contra a ditadura militar e encabeçando a campanha do petróleo é nosso. Em suma, sempre em defesa da soberania e democracia nacional.
Não é difícil entender que a sociedade escolheu a UNE como porta-voz dos estudantes brasileiros. Mais do representar os estudantes, o que se propõe a fazê-lo, fala por toda a juventude brasileira. Nunca, e quando falo nunca, incluo os tempos de agora, se omitiu a debater e tomar posição sobre as pautas políticas brasileiras, e se fez vanguarda em todas as grandes lutas nacionais.
Seu 52º congresso ocorre em tempos onde se festeja a democracia. Se bem contada a história da UNE, ouve-se falar de tempos difíceis, onde faltava democracia e respeito das autoridades. Ao que me vem à memória, seu 30º congresso, o famoso Congresso de Ibiúna, foi o lugar onde se deu a prisão de todos os congressistas. A juventude brasileira deve se orgulhar, apesar de pouco tempo de política, de conseguir entender a conjuntura nacional. O congresso ocorrido em Goiânia neste mês de julho não se preocupou mais com a falta de democracia, apenas saudou seus grandes líderes do passado que venceram tantas lutas caras.
Diante da modernidade, a UNE reúne estudantes de todos os estados brasileiros, buscando vencer novos desafios, entrando na dinâmica do tempo. E enquanto muitos dizem que a UNE não é mais a de antes, os estudantes vão às ruas, às praças e das lutas não fogem, pra erguer bem alto a bandeira azul Royal, como antes. Enquanto muitos tentam de todas as formas desconstruí-la, indo aos argumentos mais baixos, comprando discursos de financiamento e prestação de contas, o 52º congresso supera expectativas!
E lá se vai contar o caso da grande jornada de lutas desse ano, da grande mobilização ao congresso, da grande marcha dos estudantes...
Aos que esperam encontrar a UNE num açougue, digo que vá às ruas, pois é lá que se escreve a história do povo, e de lá os estudantes nunca sairão. Vão ao congresso da UNE, e verão o brilho nos olhos de cada um presente, que se sente parte de um todo que luta por melhorar algo em seu país, buscando, através da democrática diversidade, uma unidade combativa e aguerrida. E na autonomia sagrada de qualquer governo, a UNE faz um convite a todos e todas, principalmente aos que perderam o momento mágico do 52º congresso: nosso próximo encontro será em agosto, nas principais avenidas de todo o país.

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