segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Reforma Política.



E assim Recife termina mais 3 meses de período eleitoral em sua história. Com pitadas de emoções, amadurecimento e exaltação política. E com certeza uma pitada merece ser comentada. Pela primeira vez na história, um dos vereadores mais votados na cidade não foi eleito. Edilson Silva, 3º nome mais repetido nas urnas, não terá mandato, pois sua coligação não atingiu o coeficiente eleitoral. É de se pensar profundamente, sobre como se dá a política institucional e os representantes da população nas câmaras Brasil afora.

É preciso de imediato amadurecer o debate sobre reforma política nos seios populares. A peleja eleitoral precisa ser dada de forma mais politizada, propositiva e precisa ser extinto o personalismo. A escolha da população através da associação entre um nome e um número é pequena demais pra demonstrar o que está por trás desse ato. É simples, o amigo do vizinho nem sempre acha q educação pública é prioridade, ou que a homofobia deve acabar no Recife e no Brasil. Isso falando bem pragmaticamente. Quando nos debruçamos sobre a atuação de cada vereador, nos entristece o quanto este está distante dos seus representados.

Talvez, se fale na cidade impressionada com o acontecido com Edilson, que é preciso extinguir o coeficiente eleitoral. Eu entro num debate mais profundo. A eleição como está, está equivocada sim, mas o caminho da mudança é ao contrário. É preciso que o voto seja em lista, e não mais no candidato. Nessa simples e complexa mudança, valoriza-se o projeto representado pela “chapa” votada, o que ela pensa da cidade e em quais serão suas prioridades de mandato. Eleito, o vereador será pautado pela política que foi votada, e não ao contrário.

Essa mistura de voto em nome com coligação proporcional estabelecida favorece os partidos com candidatos com maior poder econômico e eleitoral. Pouco reflete qualidade política. Mas se dermos a vitória da reforma política ao personalismo, talvez consertemos histórias como a de Edilson, mas pouco faremos contra o poderio econômico exercido nesta democracia. Talvez, com o voto em lista, o financiamento público de campanha, entre outras medidas, possamos aprofundar as discussões relevantes no país durante os 3 meses das próximas eleições e eleger, não somente candidatos como Edilson, mas também tantos outros qualificados que ficaram de fora das tantas câmaras legislativas municipais pelo Brasil afora.

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