quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Eleições e Reforma Política!



   
   Desses tantos debates que surgem na sociedade brasileira, um deles está aflorado em especial por esses tempos. As eleições municipais invadem as comunidades e as conversas sociais em todas as cidades, colocando em xeque posturas, projetos e principalmente a formatação dos poderes executivo e legislativo nos municípios.

   O que é normal agora é estar escancarada a nossa democracia. As eleições municipais são a grande égide da luta institucional brasileira, nela está refletida a nossa democracia infanto-juvenil – de apenas 27 anos – e o quanto ainda consegue ser falha. O personalismo enraizado nas nossas eleições e a concentração econômica eleitoral são os grandes gargalos nos tempos de hoje para colocar o povo no poder - numa democracia política completa. É preciso dizer também que para o nosso país não pode bastar ter democracia política, é necessário conquista-la completamente, na comunicação, na distribuição de terras e de riquezas, na completa emancipação de gênero e na liberdade social. Ora, são desafios complexos e profundos, que exigem luta social concreta. Pra enfrenta-los cara a cara, o momento mais importante é agora, na crista da onda da luta institucional.

   Preocupar-se com as eleições brasileiras e em como avança-las necessita engajamento popular. Então, de pronto, não acredite na grande mídia nacional, que prega que devemos nos afastar de tudo isso. Por tantos motivos, nossa política em muitos casos é personalista e coronelista, elitista e chegando ao absurdo de ser corrupta. E não adianta negar a política por isso. É necessária uma grande reforma política brasileira, para avançarmos em diversos pontos, abrangendo assim desde o valoroso combate à corrupção até a melhor distribuição de cargos eleitorais. O voto deve combater esse tal grande personalismo, colocando-se em lista, valorizando os projetos de quem se propõe a ocupar os cargos representativos. Chega de voto por vereador “conhecido do vizinho”, o voto deve se preocupar com o projeto representado pelos partidos. O financiamento público de campanha reitera a luta contra a elitização e a monopolização de grandes famílias nos cargos públicos. Hoje, ganha a eleição quem tem mais dinheiro gasto em materiais de campanha, isso quando não se fala dos inúmeros casos de compras de voto.

   É necessário inclusão da mulher no poder político brasileiro. Combatendo-se ideologicamente a ideia de maior competência dos homens para cargos públicos, estimulando entre as mulheres o debate político qualificado, em pé de igualdade como deve ser. As mulheres são 51% da massa eleitoral brasileira, e devem ter mais protagonismo nos cargos representativos.

   É um completo erro o nosso povo brasileiro pensar que votar nulo é a melhor opção, ou que não deve “se meter com política”. É justamente o contrário. Não adianta você falar que todo político não presta, não adianta negar a política. Interfira, opine, mexa. O político ideal talvez esteja dentro de você. Faça da política a sua arma para mudar o país. E a reforma política, caros amigos, é a maior pauta de quem acha que não é assim que deve ser exercida a democracia no nosso país.

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